sábado, 24 de abril de 2010

Passports, please.


Entrar em Londres foi bem mais fácil que sair dela hoje, no Aeroporto de Gatwick.

(Parte 1)
Seis dias atrás, num guichê da imigração na estação de trem de Paris, um simpático policial fez lá aquelas perguntas básicas. "Sim, de férias. Jornalistas, os dois. Isso mesmo: os dois. Não, não somos casados. Apenas mochilando juntos. Fique tranquilo, vamos voltar pro Brasil", respondemos. Ele fez uma piada. Não entendemos. Ele tentou explicar, mas desistiu: "esqueça, foi só uma brincadeira: aproveitem o descanso". Embarcamos rindo do sufoco que temíamos passar para colocar os pés no país.

(Parte 2)
Descobrimos a H&M e a Primark. Não que isso seja um furo de reportagem - só no orçamento... Fomos obrigados a barganhar com os indian people na Oxford St. por uma outra mala. Grande. Ontem, ao arrumar as coisas, na tentativa de destribuir os pesos para não pagar a taxa extra à Easy Jet (cada um tem 20kg para despachar e mais 10kg de mão), tudo fez sentido: essas lojas só podem apelar nos preços de banana porque recebem "comissão" das companhias aereas, que repassam a taxa imensa que seus passageiros se vêem obrigados a desembolsar por ter comprado demais e extrapolado no peso. Só para vocês terem uma ideia, a nossa low cost cobra 27 libras por até 5kg a mais (cerca de 80 reais).

(Parte 3)
Sobe e desce de escadas no metrô, na estação de trem, no ônibus, até FINALMENTE chegar ao terminal norte do aeroporto. "Preciso de algo que comprove que vocês voltarão ao Brasil", exigiu a atendente do guichê da Easy Jet. Saquei minha pastinha, com TODOS os comprovantes de hostels e passagens. Nada. Olhei para o Felipe, que tbm suava. Nada. Não tínhamos impresso. Era 12h20, faltavam 15 minutos para o embarque. E a mulher com cara de "sorry, não posso fazer nada por vocês". Na insistência, conseguimos que ela nos liberasse com o carimbo na passagem: NO VISA. Tipo, nem fudendo voltar para Londres. NO FUCKING WAY. Beleza, nem achamos o tal do Fish and Chips uma maravilha mesmo. Malas colocadas na esteira: 43,5kg. Salvos pelos 10% de tolerância. Ainda bem que mandei o Felipe jogar fora as havaianas e o desodorante.

(Parte 4)
Felizes em direção ao embarque, a bagagem do Fê é censurada pela Segurança. "Desculpe, senhor. É muito volumosa", disse. "Precisará ser despachada". 12h30. Voltamos para os guichês de check in, quase chorando pela fortuna que pagaríamos. A mala de MÃO estava com 20kg. Enquanto a mulher fazia o procedimento para pagarmos, o walk-talk gritava que estávamos atrasando a decolagem. Sem tempo, não rolou a cobrança. A única coisa que cobraram do Fê foi que ele ficasse praticamente nu depois do apito no raio X. 12h40. Esbaforidos, começamos uma maratona. Sério, vocês não calculam os 312 km de corredores e escadas rolantes que vencemos para alcançar a tiazinha do portão de embarque.

(Parte 5)
Essa odisseia para, acreditem, 40 minutos de voo. Depois do carimbo da imigração do aeroporto de Schiphol, em Amsterdam, ficamos uns 15 minutos sentados em silêncio, olhando as esteiras das malas rolando. Não havia mais nenhuma. Sorte que uma boa alma recolheu as três e as empilhou num canto do salão.

POR FAVOR, PAIS, PROMETAM QUE NOS BUSCARÃO EM GUARULHOS E CARREGARÃO NOSSAS MALAS!!!

Um comentário:

Carla disse...

Uffaaa, que sufoco!!
Fiquem tranquilos, tão logo voces me digam qual é o horário de chegada, pergunta enviada em dois emails não respondidos, prometo buscá-los e até carregar as malas...se bem que esse detalhe vou pedir pra Mari. rsrs. bjos